Oi professor (a)! Tudo bem com você? Hoje o tema é sobre indústria 4.0. Enquanto se fala em inteligência artificial e automação, tem escola onde a lousa ainda é de giz. Como esses alunos vão para o mercado de trabalho sem montar ao menos uma planilha no Excel?
Eu mesma trabalhei recentemente em uma escola onde o ventilador não funciona, o projetor é só enfeite e o sinal da internet não chega nem à sala dos professores.
E o pior, diário de papel. E, mesmo nesse cenário, somos cobrados para inovar, atualizar e formar alunos para um futuro que a própria escola não consegue acompanhar.
Ouvimos falar de Indústria 4.0, de mercado de trabalho tecnológico, de profissões que ainda nem existem — mas como ensinar isso para estudantes que não têm nem acesso a um computador?
Como falar de robótica para quem mal consegue imprimir um trabalho em casa? Como formar para o futuro se o presente é de sucateamento?
É uma contradição dolorosa: esperam que o professor seja um agente de transformação, mas não oferecem o mínimo para que isso seja possível.
E o mais grave é que isso impacta diretamente os nossos alunos, que saem da escola sem preparo real para um mundo altamente tecnológico — especialmente nas redes públicas.
Neste texto, quero te convidar a refletir comigo: estamos mesmo formando alunos para a Indústria 4.0 ou estamos apenas empurrando conteúdo, esperando que eles descubram sozinhos como se adaptar? A resposta pode incomodar — mas é justamente isso que precisa ser dito. Fica comigo, este texto te levar a refletir.
Como falar em indústria 4.0 se ainda usamos lousa de giz?
Em 2022, uma reportagem do g1 Educação mostrou que mais de 60 mil escolas públicas brasileiras ainda não tinham acesso à internet de forma funcional.
Isso mesmo. Em pleno avanço da inteligência artificial e da automação, milhares de alunos ainda vivem uma realidade offline, sem qualquer chance de competir em igualdade com os estudantes das redes privadas ou de centros urbanos mais estruturados.
Enquanto se fala em big data, machine learning e plataformas digitais, tem aluno que nunca usou um teclado. E isso não é exagero. É a realidade escancarada de quem está nas periferias, em áreas rurais ou em escolas negligenciadas.
A chamada Indústria 4.0 exige competências digitais, pensamento computacional, resolução de problemas e criatividade aplicada — mas o que se ensina, na prática, ainda é decorar, copiar e preencher apostila.
E o professor? Também fica à margem dessa transformação. A maioria de nós não teve formação continuada adequada para lidar com essas mudanças. Somos empurrados para um cenário digital com pouco ou nenhum apoio técnico.
Os cursos de licenciatura, salvo raras exceções, ainda tratam a tecnologia como um recurso acessório — e não como eixo central de uma nova lógica de ensino e aprendizagem.
É aí que mora a incoerência. Cobra-se inovação de um sistema que sequer oferece o básico. O discurso sobre "preparar para o mercado do futuro" não pode ser só retórico.
É preciso infraestrutura, formação docente, inclusão digital real. Porque, do contrário, a tal Indústria 4.0 vai seguir como um privilégio de poucos — e não uma possibilidade acessível para todos os estudantes.
Como cobrar resultados se não há investimento na formação para a Indústria 4.0?
Enquanto o mercado de trabalho exige jovens adaptados à lógica da automação, da inteligência artificial e das novas tecnologias, a maioria das escolas públicas mal tem acesso à internet estável ou computadores atualizados.
O que vemos, na prática, é uma cobrança para formar profissionais do futuro com estrutura do passado. E essa conta, inevitavelmente, não fecha.
Dados do Censo Escolar de 2023 revelam que mais de 4 mil escolas brasileiras de ensino médio ainda não possuem laboratório de informática. E quando possuem, os equipamentos muitas vezes estão defasados ou não funcionam.
Em contrapartida, o setor industrial tem projetado um aumento significativo na demanda por profissionais qualificados em tecnologias emergentes nos próximos cinco anos — especialmente em áreas como análise de dados, automação de processos, robótica e sistemas ciberfísicos.
Ou seja, estamos empurrando nossos jovens para um mercado que não os espera com paciência — e, ao mesmo tempo, os deixamos sem preparação mínima para concorrer.
A pressão por resultados, por empregabilidade e por inovação precisa ser equilibrada com investimento concreto na formação de base.
É preciso equipar as escolas, capacitar os professores e reformular a grade curricular para incluir, de fato, competências digitais e tecnológicas.
Formar um estudante para a Indústria 4.0 vai muito além de inserir uma aula de tecnologia aqui ou ali. Exige continuidade, estrutura e política pública.
Enquanto isso não acontece, o que podemos fazer como educadores é seguir denunciando esse abismo — e criando, na medida do possível, experiências reais com os poucos recursos que temos.
Porque se depender só da escola pública, nossos alunos continuarão sendo preparados para um mundo que já não existe mais.
Diante desse cenário, a pergunta que fica é: quem está sendo formado para a indústria 4.0 — e quem está sendo deixado de lado?
A desigualdade estrutural do nosso sistema educacional não pode ser ignorada. Não basta falar em inovação se as condições mínimas para ensinar e aprender não são garantidas. É preciso denunciar, mas também construir caminhos possíveis dentro do que temos hoje.
Professor, de que lado você vai estar no futuro?
Eu sei que não é fácil. Nós mal conseguimos fechar um planejamento com a estrutura que tem — e ainda vem essa enxurrada de termos como machine learning, chatbot, algoritmo adaptativo... Parece coisa de outro planeta. Mas não é.
A inteligência artificial já está no celular dos alunos, nas tarefas que eles entregam e até nas perguntas que fazem em sala. E nós como professores precisamos entender como tudo isso funciona. Não para virar especialista em tecnologia, mas para continuar sendo útil na escola.
Se não nos apropriarmos essas ferramentas, outros vão fazer isso por nós — e talvez do jeito errado. Por isso, eu quero te indicar um curso que eu mesma fiz e que foi um divisor de águas na minha rotina.
É o Curso de ChatGPT para Professores, do professor Joel Rodrigues. Em poucas horas de vídeo, direto ao ponto, você aprende a criar planejamentos, gerar questões, adaptar atividades e até montar aulas completas com a ajuda da IA — tudo com base no seu jeito de ensinar.
Não é um curso genérico. Foi especialmente pensado para nós, que temos pouco tempo, muitas cobranças e uma vontade real de continuar relevante. Ou, sem romantizar, nos mantermos empregados.
Clique na Imagem e Aprenda o Quanto Antes
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Professora Camila Teles