A Geografia do Morro do Careca: Riscos e Possíveis Soluções

A Geografia do Morro do Careca: Riscos e Possíveis Soluções

Créditos: Por Luiz Antonio Mendes - Flickr, CC BY-SA 2.0, 


O Morro do Careca, em Ponta Negra, Natal, é um dos principais cartões-postais do Rio Grande do Norte, famoso por sua beleza e relevância turística. 

Entretanto, nos últimos tempos, o avanço do mar tem trazido sérios problemas para essa área, impactando não só o turismo, mas também a segurança da região. 

Se você acompanha as notícias recentes, já deve ter ouvido falar sobre a interdição do Morro do Careca devido à erosão costeira e à destruição de infraestruturas próximas.

Eu, como professora de Geografia, vejo essa situação com grande preocupação e acredito que ela abre uma discussão importante sobre a relação entre a natureza e a ação humana.

Veja bem, o avanço do mar em Natal não é um fenômeno novo, mas o que estamos presenciando agora é o agravamento de um processo que poderia ter sido mitigado, ou até evitado, se medidas preventivas adequadas tivessem sido tomadas. 

Mas, calma que eu já te explico melhor essa questão.




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O que está acontecendo no Morro do Careca?

O avanço do mar na praia de Ponta Negra destruiu recentemente parte do sistema de drenagem instalado pela Prefeitura, que tinha como objetivo conter a erosão. 

E pior: essa destruição intensificou o desgaste do terreno em torno do Morro do Careca, levando a Defesa Civil a emitir um alerta de risco de desabamento.

E aí você me pergunta: "Mas por que isso aconteceu agora?" 

Bom, o avanço do mar é um fenômeno natural que pode ser intensificado por uma série de fatores, como o aumento do nível do mar devido às mudanças climáticas, a urbanização desordenada e a falta de planejamento adequado para lidar com eventos climáticos extremos. 

No caso de Natal, as obras de contenção e drenagem estavam sendo realizadas, mas a força das marés acabou destruindo esses sistemas. 

Para piorar, as obras de "engorda" da praia – que são uma tentativa de restaurar a faixa de areia e conter o avanço do mar – estão paralisadas há duas semanas.

O prefeito de Natal, Álvaro Dias, decretou estado de emergência para enfrentar o problema, mas, na minha opinião, a situação já estava alarmante antes disso. 

E vou te dizer mais: a Defesa Civil, que deveria ter um papel mais proativo na prevenção de desastres, tem falhado em oferecer o respaldo necessário para evitar que o problema chegasse a esse ponto.

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Quais são os riscos envolvidos em caso de erosão total

O principal risco é o desabamento do terreno próximo ao Morro do Careca, o que colocaria em perigo não só os turistas que visitam o local, mas também as construções ao redor, como hotéis e restaurantes. 

Além disso, o avanço do mar pode continuar causando estragos, como já foi observado com a invasão da água em hotéis da orla e até em áreas mais afastadas, como a praia de Redinha Nova.

A erosão costeira é um processo geológico natural, mas que pode ser acelerado pela ação humana, especialmente quando não há um planejamento urbano adequado. 

A instalação de infraestruturas, como hotéis e ruas pavimentadas, em áreas sensíveis como as praias, sem uma devida avaliação dos impactos ambientais, é uma das causas para a intensificação desse processo. 

A falta de um plano eficaz de contenção do avanço do mar e de manutenção das obras já realizadas também agrava a situação.

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Possíveis soluções para evitar a erosão costeira do Morro do Careca

Agora, a grande pergunta é: como podemos resolver esse problema? Em primeiro lugar, é necessário retomar as obras de "engorda" da praia de Ponta Negra, o quanto antes. 

Essas obras são essenciais para aumentar a faixa de areia e, assim, criar uma barreira natural contra o avanço do mar. No entanto, essa medida, por si só, não será suficiente.

Na minha opinião, é preciso investir em soluções de longo prazo, como a recuperação da vegetação nativa nas áreas próximas ao Morro do Careca. 

A vegetação ajuda a fixar o solo e reduzir os efeitos da erosão. Além disso, a criação de políticas públicas que incentivem o uso sustentável da área e a conscientização dos turistas e moradores sobre a importância de preservar o local também são fundamentais.

Outro ponto importante é a necessidade de uma atuação mais firme da Defesa Civil. 

Veja bem, não adianta apenas emitir relatórios alertando sobre o risco de desabamento se não houver ações concretas para prevenir desastres. 

Precisamos de um planejamento mais eficiente e de maior fiscalização sobre o cumprimento das obras de contenção.

O caso do Morro do Careca é um exemplo claro de como a falta de um planejamento adequado pode ter consequências graves para o meio ambiente e para a segurança das pessoas. 

Agora, eu te pergunto: será que estamos realmente preparados para lidar com os efeitos das mudanças climáticas e o avanço do mar?

Essa é uma questão complexa, sem uma resposta simples. Mas, queria saber sua opinião. Como evitar um desastre de grandes proporções?


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