Eles facilitam o entendimento de fenômenos naturais, econômicos e sociais de forma clara e acessível.
Neste artigo, vou te guiar por uma abordagem prática para entender como os mapas temáticos funcionam, suas classificações, e como podemos utilizá-los para tornar o ensino de Geografia mais dinâmico e envolvente.
O que é Cartografia Temática?
A cartografia temática é um tipo de representação cartográfica que tem como objetivo destacar uma informação específica, como clima, vegetação, relevo, divisão política ou aspectos econômicos.
Ela é fundamental para analisar fenômenos espaciais e facilitar a visualização de dados geográficos.
Os mapas temáticos podem ser classificados em diferentes tipos: qualitativos, quantitativos, ordenados e dinâmicos. Além disso, podem representar fenômenos de maneira pontual, linear ou zonal.
Vou te explicar cada um desses conceitos para que você compreenda como utilizá-los de forma eficaz em sala de aula.
Mapa Qualitativo
Por High source - Obra do próprio, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=50578113 |
O mapa qualitativo destaca as diferenças entre as informações representadas, respondendo às perguntas "o que é?" e "qual?". Ele é ideal para mostrar a distribuição de fenômenos sem foco em quantidades, mas sim na identificação de categorias distintas.
Por exemplo, um mapa dos biomas brasileiros pode ilustrar as áreas de floresta amazônica, cerrado, caatinga, entre outras, sem necessariamente especificar suas extensões exatas.
Outro exemplo comum é um mapa político, que demarca as fronteiras dos países ou estados, indicando apenas onde uma região começa e outra termina, sem entrar em detalhes quantitativos como a densidade populacional.
Dessa forma, o mapa qualitativo serve para diferenciar categorias em um território de maneira visualmente clara, facilitando a compreensão do espaço geográfico.
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Mapa Quantitativo
Crédito: IBGE |
O mapa quantitativo vai além da simples identificação de categorias; ele responde à pergunta "quanto?", utilizando valores numéricos para expressar informações detalhadas sobre determinado fenômeno geográfico.
Nesse tipo de mapa, os dados são representados por meio de figuras geométricas como círculos, quadrados ou barras, cujo tamanho varia proporcionalmente aos valores que se deseja mostrar. Esse recurso visual facilita a comparação entre diferentes áreas.
Por exemplo, um mapa de precipitação anual pode utilizar círculos de diferentes tamanhos para indicar as regiões com mais ou menos chuva ao longo do ano.
Regiões com alta precipitação seriam representadas por círculos maiores, enquanto áreas mais secas teriam círculos menores.
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Outro exemplo é o mapa de densidade populacional, onde quadrados ou outras formas geométricas são utilizados para representar o número de habitantes em cada área.
Cidades com maior população apareceriam com formas maiores, enquanto as menos populosas seriam representadas por figuras menores.
Além de facilitar a interpretação de dados complexos, o mapa quantitativo também permite uma análise mais profunda das variações e padrões, oferecendo uma visualização mais precisa das desigualdades entre as regiões.
Esse tipo de mapa é amplamente utilizado em estudos de economia, geografia física e demografia.
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Mapa Ordenado
Crédito:USP/ESALO/TempoCampo |
Os mapas ordenados são utilizados quando há uma hierarquia clara entre os fenômenos representados, ou seja, eles organizam os dados de acordo com uma sequência ou ordem específica, como do maior para o menor, do mais intenso ao menos intenso.
Esses mapas são particularmente úteis quando se deseja demonstrar variações graduais ou comparações diretas entre diferentes elementos geográficos.
Um exemplo comum de mapa ordenado é o mapa de temperaturas de uma região, onde as cores variam em tons sequenciais para representar as diferenças de calor ou frio.
Áreas mais quentes podem ser representadas por tons mais intensos, como vermelho ou laranja, enquanto as áreas mais frias são indicadas com cores mais suaves, como azul ou verde.
Isso cria uma visualização fácil de interpretar, permitindo uma compreensão imediata da hierarquia entre as temperaturas.
Outro exemplo são os mapas de altitudes, que ilustram a variação de altura em diferentes áreas de uma paisagem, como montanhas, planaltos ou vales.
Neste caso, a variável cor, do mais escuro ao mais claro, ou a utilização de formas que indicam níveis diferentes de altura, como linhas de contorno, demonstra claramente a hierarquia do relevo – montanhas mais altas são representadas por cores mais escuras ou formas mais acentuadas, enquanto áreas mais baixas aparecem com tons mais suaves.
Esses mapas são úteis em diversos contextos, como estudos climáticos, geográficos e ambientais, onde a visualização da intensidade, altura ou magnitude de um fenômeno é essencial para a análise geográfica.
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Mapas Dinâmicos ou de Fluxos
Créditos:amaszonas |
Ao contrário de outros tipos de mapas que retratam fenômenos estáticos, os mapas dinâmicos ilustram atividades em constante mudança, como migrações humanas, rotas comerciais, fluxos de transporte ou até mesmo a circulação de capitais entre regiões.
Esses mapas são visualmente diferenciados por usarem setas, linhas de diferentes espessuras ou variações de cores para indicar os trajetos e a intensidade dos fluxos.
Por exemplo, em um mapa de migrações, as setas podem mostrar o deslocamento de pessoas de uma região para outra, com setas mais grossas representando grandes fluxos migratórios e setas mais finas indicando movimentações menores.
Esse tipo de mapa permite a análise de padrões migratórios ao longo do tempo, oferecendo insights sobre as causas e consequências desses movimentos populacionais.
Outro exemplo de aplicação dos mapas dinâmicos está na representação de rotas comerciais.
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Nesse contexto, as rotas de exportação e importação de mercadorias entre países podem ser demonstradas por linhas conectando diferentes locais geográficos. As linhas mais grossas indicam rotas comerciais mais movimentadas, enquanto as mais finas representam fluxos menores.
Esse tipo de mapa é amplamente utilizado para entender a interdependência econômica entre regiões, identificar principais corredores de comércio e avaliar a conectividade entre países.
Esses mapas também são frequentemente utilizados para representar fluxos de tráfego, como o trânsito rodoviário ou aéreo, mostrando as principais vias de transporte e a intensidade do movimento de veículos ou aviões entre diferentes áreas.
Os mapas de fluxos são ferramentas poderosas para visualizar a dinâmica espacial de fenômenos globais e locais, facilitando a compreensão de interações complexas entre espaços geográficos.
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Mapa de Anamorfose
Disponível em https://educa.ibge.gov.br/. Adaptado. |
O Mapa de Anamorfose é uma técnica cartográfica que distorce a forma geográfica de um território para destacar dados estatísticos específicos, como densidade populacional ou indicadores econômicos.
Diferente dos mapas tradicionais, que representam o tamanho físico real de uma região, os mapas de anamorfose modificam as proporções de acordo com a variável que se deseja representar.
Por exemplo, ao representar o PIB de diferentes estados, um estado menor em área, mas com uma economia forte, pode ser mostrado em tamanho desproporcionalmente maior do que um estado fisicamente maior, mas com uma economia menos desenvolvida.
Esses mapas são ferramentas poderosas para visualizar desigualdades e contrastes de forma intuitiva e imediata, sendo amplamente usados em estudos geográficos, econômicos e sociais.
Essa técnica facilita a compreensão dos dados ao torná-los mais visualmente impactantes, destacando o que é mais relevante para a análise que está sendo realizada.
Seu uso é especialmente eficaz em aulas de geografia para mostrar o impacto de fatores econômicos ou populacionais de maneira clara para os alunos.
Mapas Pictóricos
Créditos:artifactpuzzles |
Os Mapas Pictóricos, por sua vez, são representações mais lúdicas e visuais, onde figuras, desenhos e ícones substituem os símbolos convencionais dos mapas.
Eles são frequentemente usados para tornar a leitura de mapas mais acessível e interessante, principalmente para o público infantil ou leigo.
Em vez de símbolos abstratos, esses mapas utilizam figuras que facilitam a identificação do que está sendo representado.
Um exemplo clássico é um mapa turístico, onde os monumentos, parques e atrações de uma cidade são ilustrados de maneira pictórica para facilitar a navegação dos visitantes.
Na educação, esses mapas podem ser usados para atrair o interesse dos alunos, tornando o aprendizado mais visual e interativo. Eles são uma excelente ferramenta para introduzir conceitos geográficos de forma leve e divertida, especialmente para alunos do ensino fundamental.
Esses mapas também promovem uma maior identificação com o conteúdo, já que tornam o estudo da geografia mais palpável, conectando os alunos de maneira mais imediata com o tema tratado.
Agora que você já sabe tudo sobre mapas temáticos e suas classificações, é hora de praticarmos!
Plano de aula: Cartografia Temática e suas Classificações
Objetivos alinhados à BNCC:
6º ano:
(EF06GE01) Comparar as modificações das paisagens nos lugares de vivência e os usos desses lugares em diferentes tempos históricos.
(EF06GE02) Analisar as mudanças nas paisagens por diferentes tipos de sociedade, incluindo as influências culturais e econômicas, destacando o papel dos povos originários na transformação do espaço.
(EF06GE04) Interpretar e representar mapas e croquis de áreas locais, identificando diferentes elementos que compõem as paisagens, como relevo, rios, vegetação e atividades humanas.
7º ano:
(EF07GE09) Interpretar e elaborar mapas temáticos e históricos, utilizando tecnologias digitais com dados demográficos e econômicos do Brasil. Nesse nível, o aluno deve ser capaz de identificar padrões espaciais e regionalizações, além de usar cartogramas e estabelecer analogias espaciais entre diferentes regiões.
8º ano:
(EF08GE18) Representar diferentes tipos de espaços geográficos, como áreas urbanas e rurais, por meio da leitura e interpretação de mapas temáticos, destacando a distribuição espacial de atividades econômicas.
(EF08GE19) Interpretar cartogramas, mapas esquemáticos (croquis) e anamorfoses geográficas com foco nas informações geográficas da África e América. Essa habilidade leva os alunos a reconhecer as interações entre continentes e as influências geográficas globais que afetam os espaços locais.
9º ano:
(EF09GE13) Analisar, interpretar e elaborar mapas temáticos e esquemáticos (croquis) com foco em questões ambientais, como a distribuição de recursos naturais e os impactos das mudanças climáticas.
(EF09GE14) Elaborar e interpretar gráficos de barras e de setores, mapas temáticos, croquis e anamorfoses geográficas para sintetizar e apresentar dados sobre diversidade, diferenças e desigualdades sociopolíticas e geopolíticas mundiais, tornando os alunos aptos a refletir sobre questões globais e suas implicações locais.
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Recursos e Materiais:
- Computadores com acesso à internet
- Projetor ou quadro interativo
- Programa de apresentação de slides (como PowerPoint ou Google Slides)
- Textos e recursos sobre cartografia e mapas temáticos
- Fichas de respostas para a dinâmica de adivinhação
Metodologia Ativa para aula de Cartografia Temática
Nas minhas aulas de cartografia, sempre gosto de propor atividades práticas que envolvem a exploração e a análise de diferentes tipos de mapas temáticos.
Para esta aula, sugiro começar com uma breve explicação sobre as classificações de mapas temáticos, como mapas qualitativos, quantitativos, ordenados e dinâmicos.
Após essa introdução teórica, vamos utilizar o laboratório de informática para aprofundar o aprendizado de maneira mais interativa.
Divida os alunos em grupos de três ou quatro e cada grupo terá a missão de realizar uma pesquisa online.
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A tarefa é simples, mas bastante enriquecedora: cada equipe deverá buscar ao menos seis tipos diferentes de mapas temáticos na internet, como mapas de biomas, mapas de densidade populacional, mapas climáticos, entre outros.
O objetivo é que os alunos aprendam a identificar e diferenciar as diversas categorias de mapas temáticos de maneira dinâmica.
Após a elaboração dos slides, proponha a dinâmica a seguir. Cada grupo vai apresentar seus mapas para a turma, descrevendo suas características sem mencionar a classificação.
A tarefa da turma será adivinhar a categoria do mapa (qualitativo, quantitativo, ordenado, dinâmico, de fluxos ou pictórico). A cada acerto, a equipe ganha um ponto, e a turma que mais acertar no final da atividade será a vencedora.
Eu sempre gosto de perguntar: "Qual foi o mapa mais interessante que vocês encontraram?" ou "De que maneira esses mapas ajudam a entender melhor o espaço geográfico?"
Posso garantir que todas as vezes que dou aula de cartografia temática, essa atividade é um sucesso! Com ela, você envolve os alunos de forma prática, dinâmica e divertida, enquanto reforça os conceitos essenciais de mapas temáticos.
A interação entre os grupos torna o aprendizado mais significativo, e os alunos saem da aula com uma compreensão clara das diferentes classificações de mapas.
Professor (a) espero que essa dica de plano de aula de cartografia temática, tenha te ajudado de alguma forma. Quero te convidar a aplicar essa dinâmica e voltar aqui para me contar como foi, combinado?
Já compartilha com os colegas! Vamos ajudar uns aos outros!
Abraços!
Professora Camila Teles.
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Obrigada por ler e compartilhar!
Professora Camila Teles